Thursday, March 20, 2008

Artigo VIII - Devolvendo a Arca

Texto Base: Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio. Gl. 3.23-25



A milenar arca está de volta a moda. Músicas, pregações e campanhas trouxeram de volta para o povo de Deus a arca, símbolo e receptáculo de Sua presença no velho pacto.
Antes da vinda de Jesus Cristo para cumprir a promessa feita por Deus a Eva em Gênesis 3.15 e efetuar a plenitude do plano de salvação, Deus fizera uma aliança com o Seu povo, a nação de Israel. Dentre as inúmeras implicações deste conserto havia um elemento que denominou-se “A Arca do Senhor” ou a “Arca do Testemunho” e consolidou-se como a ‘ARCA DA ALIANÇA’, porquanto representava a aliança entre Deus e Seu povo. Esta arca foi construída sob ordem direta de Deus a Moisés para que ali o Senhor lhe aparecesse, instruindo-o sobre as ações que deveriam ser postas em práticas com relação ao povo de Israel.

E ali virei a ti, e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins (que estão sobre a arca do testemunho), tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel. Ex. 25.22

Está absolutamente claro na Bíblia a função da arca e também o contexto em que ela foi criada e sua função. Contudo, podemos sentir um vento forte soprando nas nossas igrejas. Um vento de doutrina que parece estar bagunçando todos os ensinamentos e certezas bíblicas concernentes ao assunto. Estamos assistindo nossas igrejas exibirem nos seus púlpitos réplicas da arca símbolo da VELHA ALIANÇA. Que, diga-se de passagem, foi feita com hebreus e não conosco, os gentios. São igrejas de crentes que não se satisfazem com a novidade de vida em Cristo, precisam de algo para ver, para idolatrar, para tocar que toma forma nesta arca ou em tantos outros elementos que hoje são encontrados nestas igrejas tais como candelabros, bandeiras de Israel, frases escritas em hebraico (para ninguém entender!) e a lista só aumenta. Trata-se de um precedente muito perigoso para a idolatria institucionalizada nas nossas igrejas.

A nossa nova vida está baseada em uma outra aliança, a aliança feita em Cristo, no seu sangue e no seu poder. Cristo nos leva à presença de Deus sem necessidade de mais nenhum outro mediador, seja sacerdote ou arca ou qualquer outro objeto ou ritual. Não há nada que possamos fazer para alcançar a Deus ou a Cristo, é Ele quem dá o primeiro passo, é Ele que vem em nossa direção e procura um relacionamento conosco, nos somos apenas requisitados a dar-lhe uma resposta: o sim de Cristo ou o não do mundo. A vinda de Jesus cumpre a profecia de Joel sobre tempos em que o Espírito de Deus seria derramado sobre toda a carne, sem medida.

E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões.E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito. Joel 3.28,29

Compare com as palavras do próprio Cristo:

Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra. At 1.8


A distribuição do Espírito de Deus, tal como a presença de Deus, é completamente diferente no novo pacto. No antigo testamento tanto um como a outra eram dados somente a alguns escolhidos de Deus e, no que tange ao Espírito, era dado sob medida como revela o episódio que Eliseu pede medida dobrada do Espírito que habitava em Elias. Hoje não há medida para o derramar do Espírito. Ele derrama sobre toda a carne. E sua presença está em nós. O Espírito de Deus passa a habitar em nós e não em uma arca, templo, tenda ou em qualquer outro objeto simbólico.

Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? 1Co 3.16


Como nos ensina o texto base deste artigo, a lei nos serviu de aio (professor, tutor) são importantes símbolos para entendermos melhor a realidade espiritual. Mas o antigo pacto ficou no passado. Devemos estuda-lo, aprendê-lo, mas não usá-lo, pois estamos além desta realidade. O que temos hoje em Cristo é muito maior e melhor do que aquilo que os antigos tiveram. Vivemos a vida de Deus, temos Sua presença co-habitando conosco, podemos alcançá-lo por Cristo. Não temos absolutamente nenhuma necessidade de “trazer a Arca” ou “tocar no manto” ou mesmo “realizar sacrifícios”. Nossa vida é (ou deve ser) o sacrifício a Deus. Nossas orações, súplicas, adoração lhe são agradáveis na nossa sinceridade. Precisamos “passar de ano” e “superar nosso professor (aio, a lei)”. Deus espera de nós crescimento e amadurecimento. Temos que prosseguir para alvo que é Cristo e não olhar para as coisas que para trás ficam, como ressalta o texto de Filipenses. Prosseguir, avançar, não retroceder. Este é o tempo pleno da Aliança de Cristo, vivamos nele. Devemos devolver a arca para onde ela pertence. O passado.

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