Thursday, March 20, 2008

Artigo VIII - Devolvendo a Arca

Texto Base: Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio. Gl. 3.23-25



A milenar arca está de volta a moda. Músicas, pregações e campanhas trouxeram de volta para o povo de Deus a arca, símbolo e receptáculo de Sua presença no velho pacto.
Antes da vinda de Jesus Cristo para cumprir a promessa feita por Deus a Eva em Gênesis 3.15 e efetuar a plenitude do plano de salvação, Deus fizera uma aliança com o Seu povo, a nação de Israel. Dentre as inúmeras implicações deste conserto havia um elemento que denominou-se “A Arca do Senhor” ou a “Arca do Testemunho” e consolidou-se como a ‘ARCA DA ALIANÇA’, porquanto representava a aliança entre Deus e Seu povo. Esta arca foi construída sob ordem direta de Deus a Moisés para que ali o Senhor lhe aparecesse, instruindo-o sobre as ações que deveriam ser postas em práticas com relação ao povo de Israel.

E ali virei a ti, e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins (que estão sobre a arca do testemunho), tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel. Ex. 25.22

Está absolutamente claro na Bíblia a função da arca e também o contexto em que ela foi criada e sua função. Contudo, podemos sentir um vento forte soprando nas nossas igrejas. Um vento de doutrina que parece estar bagunçando todos os ensinamentos e certezas bíblicas concernentes ao assunto. Estamos assistindo nossas igrejas exibirem nos seus púlpitos réplicas da arca símbolo da VELHA ALIANÇA. Que, diga-se de passagem, foi feita com hebreus e não conosco, os gentios. São igrejas de crentes que não se satisfazem com a novidade de vida em Cristo, precisam de algo para ver, para idolatrar, para tocar que toma forma nesta arca ou em tantos outros elementos que hoje são encontrados nestas igrejas tais como candelabros, bandeiras de Israel, frases escritas em hebraico (para ninguém entender!) e a lista só aumenta. Trata-se de um precedente muito perigoso para a idolatria institucionalizada nas nossas igrejas.

A nossa nova vida está baseada em uma outra aliança, a aliança feita em Cristo, no seu sangue e no seu poder. Cristo nos leva à presença de Deus sem necessidade de mais nenhum outro mediador, seja sacerdote ou arca ou qualquer outro objeto ou ritual. Não há nada que possamos fazer para alcançar a Deus ou a Cristo, é Ele quem dá o primeiro passo, é Ele que vem em nossa direção e procura um relacionamento conosco, nos somos apenas requisitados a dar-lhe uma resposta: o sim de Cristo ou o não do mundo. A vinda de Jesus cumpre a profecia de Joel sobre tempos em que o Espírito de Deus seria derramado sobre toda a carne, sem medida.

E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões.E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito. Joel 3.28,29

Compare com as palavras do próprio Cristo:

Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra. At 1.8


A distribuição do Espírito de Deus, tal como a presença de Deus, é completamente diferente no novo pacto. No antigo testamento tanto um como a outra eram dados somente a alguns escolhidos de Deus e, no que tange ao Espírito, era dado sob medida como revela o episódio que Eliseu pede medida dobrada do Espírito que habitava em Elias. Hoje não há medida para o derramar do Espírito. Ele derrama sobre toda a carne. E sua presença está em nós. O Espírito de Deus passa a habitar em nós e não em uma arca, templo, tenda ou em qualquer outro objeto simbólico.

Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? 1Co 3.16


Como nos ensina o texto base deste artigo, a lei nos serviu de aio (professor, tutor) são importantes símbolos para entendermos melhor a realidade espiritual. Mas o antigo pacto ficou no passado. Devemos estuda-lo, aprendê-lo, mas não usá-lo, pois estamos além desta realidade. O que temos hoje em Cristo é muito maior e melhor do que aquilo que os antigos tiveram. Vivemos a vida de Deus, temos Sua presença co-habitando conosco, podemos alcançá-lo por Cristo. Não temos absolutamente nenhuma necessidade de “trazer a Arca” ou “tocar no manto” ou mesmo “realizar sacrifícios”. Nossa vida é (ou deve ser) o sacrifício a Deus. Nossas orações, súplicas, adoração lhe são agradáveis na nossa sinceridade. Precisamos “passar de ano” e “superar nosso professor (aio, a lei)”. Deus espera de nós crescimento e amadurecimento. Temos que prosseguir para alvo que é Cristo e não olhar para as coisas que para trás ficam, como ressalta o texto de Filipenses. Prosseguir, avançar, não retroceder. Este é o tempo pleno da Aliança de Cristo, vivamos nele. Devemos devolver a arca para onde ela pertence. O passado.

Wednesday, March 19, 2008

Artigo VII - A Bio-Igreja

Texto Base: Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, Ef. 3.10



Nem tudo na igreja do século XXI é modismo. Apesar de algumas coisas parecerem novidades a primeira vista, são na verdade roupagens novas para práticas já consolidadas na igreja de Cristo. Nestes casos eu sou o primeiro a dar meu sinal de boas-vindas. Creio que a igreja existe em um ambiente sócio-histórico-cultural e portanto deve adequar-se ao meio em que está inserida para melhor compreende-lo e impactá-lo com o evangelho redentor e imaculado de Cristo. Evidentemente esta adaptação não deve significar transigir em absolutamente nenhum aspecto com a doutrina e a tradição dos apóstolos. O modo de se apresentar a mensagem pode variar, todavia o conteúdo sempre permanecerá inalterado.

Nos últimos anos muitos crentes têm buscado reviver aspectos da igreja primitiva, uma destas características é a reunião em pequenos grupos nos lares. Há algum tempo essa reunião foi apelidada de “célula”, como uma referência a uma metáfora usada pelo apóstolo Paulo da Igreja de Cristo como um corpo e como tal, possuindo muitos membros. A célula seria para a Igreja a menor unidade funcional tal como a célula é a menor unidade funcional de um corpo vivo. Os defensores do sistema de células garantem que se a Biologia já estivesse suficiente desenvolvida nos tempos apostólicos, provavelmente haveria uma referência a ela nos manuscritos bíblicos (talvez aí um pouco de exagero).

Existe muita gente pensando que com o sistema de células descobriu-se a roda. Entretanto, a verdade é que elas sempre existiram entre o povo de Deus; obviamente não possuíam esse nome, mais há milênios ela está presente na nossa maneira de ser igreja. Se recuarmos algumas décadas atrás, seremos capazes de lembrar de irmãos que abriam suas casas para receber outros crentes com o intuito de cultuar conjuntamente a Deus, aproveitando para pregar o evangelho à vizinhança. Quantas destas “células” (muitas vezes chamados de grupos de comunhão, de pregação ou de trabalho) não se tornaram pontos de pregação, pequenas congregações e até novas igrejas (uma boa analogia ao processo de multiplicação das células). As reuniões nas casas, são em certa medida, inerentes à nova criatura; o desejo de louvar a Deus com os irmãos, aprender mais da Palavra e compartilhar de experiências uns com os outros. Trata-se de um canal excelente para exercer os mandamentos recíprocos do novo testamento (“amai-vos uns aos outros”, “perdoai-vos uns ao outros”, “suportai-vos uns aos outros”, etc.). Um momento de maior informalidade e intimidade.

O grande salto do movimento moderno foi formalizar o sistema de células. Mais que um incentivo, criou-se um método estático para algo que sempre ocorreu naturalmente. Assim muitas igrejas passaram a adotar o método acreditando ser este o único correto, ou, o melhor em qualquer situação. Algumas chegam ao absurdo de acusar as igrejas que não formalizaram o sistema de células de estarem “fora da visão”. Pois crêem que este é o único método aceito por Deus especialmente criado para a presente época. Algumas, com um discurso mais moderado, dizem que elas precisam “evoluir” e que chegará este tempo.

O grande problema da formalização do sistema de células nas igrejas foi a bagagem de novas doutrinas, modismo e falsos ensinos que vieram junto. Construído sob o fundamento do método celular, surgiram movimentos e denominações inteiras, algumas altamente questionáveis. O mais famoso destes movimentos é o G12 (merece um artigo só para ele) que impressiona com um mar de estranhezas que exibe. Três características neste grupo vale um rápido comentário (posso não estar sendo totalmente preciso nas minhas informações): primeiramente eles acreditam que a cada geração Deus escolhe um grupo de doze pessoas que seriam sucessoras da autoridade apostólica original. Isso quer dizer que estes 12 teriam autoridade inquestionável sobre toda a cristandade. Segundo eles, quem os desobedece está em afronta direta ao Deus Todo-Poderoso. Particularmente desconheço qualquer menção na Bíblia de herança apostólica (doutrina pregada por católicos para validarem o trono do Papa como sucessor de Pedro). Outra característica interessante do G12 é uma espécie de numerologia que eles usam (“numerologia evangélica” daria um bom artigo também!). Para eles o limite de pessoas de uma célula é de doze. Sua lógica parece razoável ao olhar desatento: visto que Cristo escolheu 12 apóstolos, este era o limite máximo de uma célula. Entretanto eles se esquecem que o grupo era de EXATAMENTE 12 e não de ATÉ 12. Além disso, não há nenhum orientação de Cristo com relação células, grupos pequenos ou menos ainda o número máximo de integrantes de tal grupo. Entendo que questões como estas são totalmente irrelevantes para Nosso Senhor, o que Ele mais quer é salvar vidas, seja onde for e com quantos forem. A terceira característica que vale um comentário é o tal “ENCONTRO”. O encontro é um mini-retiro repleto de enigmas. Quem não foi não sabe e não pode saber como é, quem foi é proibido de relatar as experiências que teve para os outros. O que abre precedente para qualquer barbaridade que se queira fazer durante o famigerado encontro. Não posso entrar em detalhes sobre este mini-retiro pois jamais fui em um. Entretanto o que posso afirmar é que NADA no evangelho de Cristo é escondido, sigiloso ou secreto. Jesus é aberto, quer se fazer conhecido, bem como sua mensagem. Dessa maneira, o povo de Deus não pode tolerar segredos desta natureza. O pior é que tem gente que copia. Já fomos avisados: “Provai de tudo e retende o bem”, infelizmente alguns cristãos têm um julgamento pobre sobre o que é bom.

Existem, entretanto, outros grupos centrados no modelo celular tais como o G5 e denominações e igrejas independentes. O G5 padece do problema da numerologia evangélica tanto quanto o G12, a diferença é a do número “santo” que no caso deles, como se pode supor, é de cinco.

Um método de igreja em célula em si, tomando-se em conta a preservação da doutrina imaculada do evangelho, está longe de ser um problema. Na verdade, pessoalmente sou muito favorável em muitos casos. As dificuldades começam quando se tenta transformar o método em doutrina, tomando-o como verdade inexorável para todas as igrejas situações e ambientes. Deus dá estratégias diferenciadas para cada ministério, igreja, pastor, etc. que por sua vez estão inseridos em contextos sociais, culturais, espirituais e históricos singulares. A igreja em células não é uma panacéia que haverá de resolver todos os problemas da Igreja do século XXI. Poderá e deverá ser aplicada quando a ocasião se fizer favorável. Quando uma igreja, seja em células ou não, entende isso, ela poderá se desenvolver saudável com o método eclesiástico particular que ela escolheu sob a direção de Deus.

Fecho este artigo com minha experiência pessoal no assunto. Minha igreja é em células desde o seu nascimento. Sempre as freqüentei (estou temporariamente afastado por pequenas divergências) e elas foram bênçãos na minha vida. É o local primeiro para aprender e exercitar o ministério que Deus tem para cada um de Seus filhos. Portando acredito ser um método quando utilizado com sabedoria e discernimento. Isto inclui deixar livre o fluir de Deus sem engessar a igreja no método. Já que verdadeiramente, o anseio pela reunião em pequenos grupos está presente no DNA cristão. Não é necessário forçar a que nada aconteça. Nenhuma crítica ao incentivo entretanto. Esta é apenas uma estratégia, uma maneira de ser igreja, mas a sabedoria de Deus, como nos diz o texto é MULTIFORME.


GRAÇA E PAZ.

Tuesday, March 18, 2008

Artigo VI - Lançamentos Proféticos

Texto base: Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. 2Tm 4.3,4




Nos últimos anos o mercado gospel está sendo invadido uma série de novos lançamentos, modismo, doutrinas e modas muito interessantes. A moda que eu quero abordar no presente artigo passo a chamar de “Lançamentos Proféticos” para, por assim dizer, formalizar dentro de uma só família vários termos sufixados ao bel prazer como profético. Desta forma generalizo em um só grupo termos como: dança profética, adoração profética, geração profética, pulseiras proféticas, louvor profético e por aí vai...

Com absoluta sinceridade nunca tive plena compreensão da razão da utilização deste termo sufixador. E, portanto me emprego a entender melhor o que é um profeta e o que verdadeiramente vem a ser uma profecia. Ao meu entender profeta é, genericamente, aquele que fala por Deus. Isto é: O que enuncia a Palavra de Deus. Aprofundando-se apenas um pouco mais no significado do termo sabemos também que profeta é o que possui o dom ministerial de profeta ou o dom carismático de profecia. Embora este seja outro assunto, sublinho aqui a diferença entre o dom de profeta e o dom de profecia. O primeiro é ministerial, a grosso modo, este ministério é caracterizado por uma profunda desaprovação do pecado. O profeta é aquele que “sente o coração de Deus” e fala contra a imundícia no mundo e principalmente dentro da igreja, alertando os crentes a se manterem fiéis à simplicidade do puro evangelho. O segundo é o que revela os “oráculos” de Deus. Ele trás revelações na forma de edificação, consolo e exortação à igreja ou a indivíduos. E sempre sob impulso do Espírito Santo. A parte ativa, de falar, é a de Deus e a passiva, de ouvir e transmitir a mensagem, é a do profeta. É importante ressaltar que nenhuma profecia pode contradizer ou acrescentar a Bíblia, pois Deus não se contradiz.

Definido o que é profeta e profecia, minha questão se aprofunda em torno dos Lançamentos Proféticos. O que vem a ser uma dança profética? O que vem a ser um louvor profético? Para que servem pulseiras proféticas? Como é essa tal de geração profética? Devo dizer que tais termos são no mínimo estranhos ao povo de Deus, pois em toda a história da Cristandade não tenho notícia da utilização dos tais.
O que há de especial e diferente entre louvor profético e louvor? Seria este novo lançamento um “plus” do antigo? Talvez uma versão melhorada pronta para vender milhões de CDs, DVDs, roupas, etc. Na verdade me preocupa muito mais esta idéia vendida, do que propriamente o suporte em que elas se encontram. Existe neste movimento, embutido, uma ideologia de que o novo é superior ao antigo, as velhas “maneiras de adorar” e de ser igreja estão superadas. Ou seja, cada vez mais se distanciam da pureza do evangelho e da tradição dos apóstolos.

Este modismo tem implicações ainda mais graves, como é o caso do famigerado “Ato Profético”, que nada mais é que um princípio de feitiçaria dentro da igreja. Coisa abominável ao Senhor. Este tópico em particular merece um artigo todo dedicado a ele. Talvez no futuro venha a escreve-lo. Para resumir o tal do ato profético pode-se dizer que são espécies de simpatias gospel, Com utilização de objetos materiais, ações esquisitas em horários esdrúxulos, etc.. Crê-se que o ato profético chama a atenção de Deus (como se Ele não fosse onisciente) e com isso atrai o seu favor. O que é evidentemente uma afronta a Palavra de Deus já que subestima-se o poder da oração simples e pura. A noção de que existe necessidade de o homem fazer algo para alcançar a Deus é completamente anti-bíblica, pois o que temos de Deus é de GRAÇA.

Que darei eu ao SENHOR, por todos os benefícios que me tem feito? Sl 116.12


A única conclusão que posso chegar com esse vento “profético” é que ele está longe da vontade de Deus. São meras desculpas para carnalidades e desapego ao estudo diligente da Palavra. Tenta trazer para dentro da igreja a mágica pagã e com isso impressionam a muitos. Trata-se de um fábula do fim dos tempos um fruto de apostasia. Uma apostasia perigosa já que vem mascarada de avivamento, algo que já podíamos prever visto que como JESUS PROFETIZOU:

Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos. Mc. 13.22


A mais perigosa apostasia é aquela que se transfigura em avivamento.

Monday, March 17, 2008

Artigo V - Sinta a presença de deus e vá para o Inferno

Texto Base: ROGO-VOS, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Rm. 12.1



Choro, risos, gritos, convulsões, desmaios... sentir a presença de Deus para muitos na presente geração está intimamente relacionado a um choque brutal das emoções. Várias unções estranhas estão sendo lançadas no mercado gospel como produtos em série, adequadas a cada perfil de consumidor. Se vc gosta de comédia pode ter receber a "unção do Riso", se tem uma queda por bichinhos de estimação, seria mais apropriado pedir a "unção dos Seres Viventes" (recomenda-se precaução, já q vc pode ser achado andando de 4 por aí).

Sentir a "presença" de Deus se tornou condição necessária para um culto sincero ao Senhor. A manifestação do Espírito de Deus para alguns só é real qdo é possível sentí-la com o corpo e com a alma. Se de alguma forma a presença de Deus não é sentida há algo errado. A sua vida pode estar afundada no pecado, ou Deus pode realmente ter esquecido de aparecer. Esta é uma geração de crentes viciados. Trocaram o vício do álcool, das drogas, do sexo, etc, pelo vício da emoção do "espírito de Gzuz". É evidente q para estar na presença de um deus, não é assim tão fácil. São necessários alguns rituais. Embalados por músicas repetitivas e mantras intermináveis esta geração enganada se deixa levar por um emocionalismo barato, técnicas psicológicas (para não dizer teatrais) e vozes chorosas clamando o nome de Gzuz. Até q todos finalmente embriagados pelos acordes exaustivamente repetidos e clamores de vozes descontroladas entram em um transe coletivo e têm suas emoções tocadas pelo espírito de Gzuz.

Os adoradores de Gzuz não se importam com a Bíblia e muito menos com as promessas de Jesus não palpáveis. Eles querem sentir, tocar, experimentar, ver. Mas não aprenderam as conjugações dos verbos aprender, viver, servir, confiar. Eles querem um Gzuz q é euforia. Um deus para tocar.

No entanto Jesus quer um culto racional. Quer q seus adoradores entendem a natureza da fé. Ele quer um povo q raciocine, quer uma adoração consciente ele quer o q Paulo nomeia "Culto racional". Evidentemente, Deus é SOBERANO. Ele toca em todas as esferas do ser-humano, corpo, alma (sede das emoções, vontades e fôlego de vida) e, por excelência nosso espírito. Nenhum verdadeiro crente pode questionar q Deus tb age e toca nas emoções de variadas formas. Mas tenho profundas dúvidas se Ele deveria fazer isso todo culto do mesma forma. Sentir a presença de Deus não é condição para q Deus , de fato, se faça presente. Ele jamais prometeu q nós o sentíramos "em nossos corações" em toda reunião. Mas nos prometeu q estaria conosco até a consumação dos séculos. Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.Mt 28.20 Se a palavra do meu Senhor garante q Ele vai estar conosco até a consumação dos séculos, mesmo q jamais venhamos a sentí-Lo em nossas emoções, é motivo suficiente para eu jamais duvidar. Deus não mente.

O problema deste movimento de "engorda" da alma em nossas celebrações não pára nos absurdos das manifestações supracitadas. Para nossa felicidade, ou não, existem crentes fiéis no meio deste engodo do Diabo que passaram a acreditar, conscientemente ou não, q é preciso "tocar" em Jesus, sentí-Lo como chancela da real presença Dele nas suas vidas. Este movimento cria então dois grupos: o primeiro de crentes doentes, enlouquecidos por não "sentirem" a presença de Deus sempre, q acham q estão em pecado ou de alguma forma desagradando ao Pai. Se sentem crentes de de segunda classe e portanto têm medo de se envolverem mais profundamente com o Reino pois sentem-se vazios de Deus e de sua autoridade. O segundo grupo de pessoas q seguem a Gzuz, perseguindo experiência atrás de experiência, estes são os patrocinadores do movimento, garantem sentir a "presença de Deus" e afirmam q aqueles q não sentem e não manifestam adequadamente (exemplos na primeira frase deste texto) estão vazios de Deus ou jamais se converteram. Estes são os que sentem a presença de deus e vão para o inferno.

Artigo IV - Como empobrecer o Louvor da sua Igreja

Texto Base: Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; Ef. 5.19


Há algumas décadas atrás um tímido movimento musical nas igrejas evangélicas nascia. Novos ritmos aos poucos eram introduzidos aos cultos, a princípio nas celebrações jovens, e posteriormente nos cultos gerais envolvendo toda a congregação. Comedidamente, novos instrumentos, antes considerados profanos, foram aparecendo nas igrejas, destaque para os instrumentos de percussão como baterias, bongôs e tumbadoras.

O Futuro parecia promissor, ainda q com muita resistência por parte dos mais tradicionais o movimento cresceu e deu frutos. Os "cânticos" agora dominavam a liturgia da maioria das igrejas e o repertório é quase unificado.


...


Depois desta sucinta contextualização histórica cabe olhar com mais atenção ao nosso texto base.

O texto define três modalidades de louvor:

1 - Salmos
2 - Hinos
3 - Cânticos

Paulo nos ensina a louvar nas três modalidades nas nossas celebrações. Evidentemente ressaltando a importância dele ser feito no nosso coração.


A revolução musical empregada pela geração passada, entretanto só tratou de uma forma de louvor, os cânticos. Neste momento faz-se necessária uma breve explicação das três modalidades.


Cânticos: São músicas em ritmos populares. Possuem letra, harmonia e melodia fáceis de serem executadas, captadas e reproduzidas. Exigem muito pouco dos músicos.

Hinos: Ao contrário do q muitos pensam não são os hinos da harpa ou do cantor cristão, na verdade a maioria destes hinos poderiam ser enquadrados como cânticos no contexto histórico e cultural em q foram compostos, pois são na sua maioria simples e fáceis.

Os hinos podem ser separados didaticamente dos cânticos por serem mais complexos. Músicas com arranjos mais sofisticados e letras mais profundas, exigem uma certa perícia do músico para serem executadas apropriadamente.

Salmos: Salmos são obras de arte dedicadas ao Senhor. De extrema complexidade e de difícil execução. Suas letras são verdadeiro poemas dedicados a Deus. Trazem mensagens profundas. Hoje em dia poderiam ser considerados salmos as cantatas q mais parecem pequenas óperas...


Infelizmente no momento em q vivemos hj, os hinos, mais sofisticados, foram deixados de lado... sob a alegação de "não serem congregacionais". Dessa forma, ritmos q exigem um pouco mais dos músicos foram esquecidos, razão pela qual não vemos choro, jazz, Bossa Nova, samba, MPB, Salsa, etc. com tanta freqüencia nas igrejas.


Com relação aos salmos, muitas igrejas ainda mantém a tradição de execuções de cantatas com arranjos elaborados, encenações com grandes produções, recitação de poemas, etc.. Entretanto parecem limitar a criatividade dos artistas cristãos q desejam dedicar suas vidas, arte e obras em louvor a Deus, importando peças prontas e recriminando as manifestações culturais da nossa região, do nosso campo missionário que é o Brasil.


Se vc tem o desejo de empobrecer o louvor da sua igreja, basta eliminar qualquer uma dessas modalidades de louvor da lista dada por Paulo aos Efésios. Elimine o cântico e o resultado será uma igreja de intelectuais apreciadores de arte q por acaso são cristãos. Elimine os hinos e o resultado será uma igreja de crentes alienados apanhados em suas emoções pelos ritmos e balanços da música. Crentes influenciados pela própria alma e não pelo Espírito, de forma que não conseguem transmitir musicalmente a pronfundidade do amor de Cristo. Elimine os Salmos e perca grandes oportunidades de ganhar almas pra Jesus; sufoque os artistas da congregação e toda sua criatividade, dada por Deus, q poderiam estar a serviço do Reino.

Eis aqui 3 opções para para você empobrecer o louvor da sua igreja. Use com moderação.

Artigo III - Brasil para Cristo ou Cristo para o Brasil?

Texto base: Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Mt 28.19


Recheado de "profetadas" se infiltrou na Igreja brasileira um movimento q doravante será chamado Ufanismo Gospel. Objeto da minha apreciação no presente artigo.


O movimento ufanista gospel do Brasil crê q Deus está levantando o nosso querido país como uma espécie de "Novo Israel" a enviar missionários por todo mundo e patrocinar o "avivamento" ao redor do globo. Acreditam ainda q nosso país é o escolhido de de Deus para este tempo, uma espécie de "bola da vez" no serviço do Senhor, possivelmente o último antes da volta de Cristo. O ufanismo gospel, portanto, reaviva (repaginado, evidentemente) o conceito de nação escolhida presente no Velho Testamento.


A antiga aliança feita entre Deus e os descendentes de Abraão, Isaque e, principalmente, Jacó (Israel) previa exatamente isso. Uma nação literal que fosse santa, separada entre as demais da terra, corrompidas pelos falsos deuses. Tratava-se de um povo, com língua, com um rei, etc. verdadeiramente um Estado com sua respectiva organização política. Com o advento da nova aliança em Cristo o conceito de nação literal cai por terra e um novo conceito surge, a nação da herança de Cristo, ou seja todos aqueles q se identificam com a cruz de Cristo. Neste momento se cumpre a palavra feita por Deus a Abraão: "e em ti serão benditas todas as famílias da terra." Gn 12.3b Por intermédio de Jesus, descendência de Abraão, agora são incluídos na família de Deus gente de todo povo, língua e nação.

Portanto, em Cristo, extingue-se o conceito de nação política, com uma organização política e cultural... o Israel de Deus são todos aqueles q recebem a Cristo.

Entretanto, os ufanistas gospel parecem ignorar esse fundamento do evangelho e apregoam para os cristão brasileiros prerrogativas de uma geração especial, separada. Além disso, "profetizam" bênçãos sobre o país neste tempo, q são claramente contrárias a palavra de Deus, visto que, TODO O MUNDO irá de mal a pior conforme o aproximar da volta de Cristo e o aparecimento do homem da iniqüidade. Toda profecia deve ser julgada e nenhuma profecia atual se sobrepõe a suprema revelação da Palavra de Deus q é Bíblia. Deus não tem planos especiais para o Brasil. Simplesmente pq Ele não está preocupado com fronteiras, culturas ou políticas, mas sim em salvar almas! Sejam elas de onde forem... Brasil, Argentina, Paraguai, Uganda, Arábia, Itália...

Os Ufanistas estão preocupados em declarar o Brasil para Cristo. Uma espécie de território sagrado com fronteiras santas... Levar o Brasil para Cristo parece ter uma conotação de sacrifício levado à presença de Deus. Como entregar a sua terra a Deus. A verdadeira preocupação q subjaz a tudo isso é a de trazer no processo as bênçãos de Deus para a nação. Desejam criar algo como uma teocracia em que a vontade de Deus seja feita na presente Terra, a começar por nosso país. Todavia eles parecem se esquecer a verdadeira dimensão da Igreja de Cristo, a de peregrinos, estrangeiros nesta terra. A Bíblia é clara, Deus criará novos céus e nova Terra... e nela habitaremos e então Deus governará.


Outra sutileza perversa de levar o Brasil a Cristo é por analogia, trazer o mundo (Brasil) para dentro da Igreja (Cristo). E não levar Cristo para o Brasil, ou melhor ainda, para os BRASILEIROS (para ficar clara a distinção entre a salvação individual e o conceito de nação). Levar o Brasil para Cristo e levar Cristo para os brasileiros são dois coisas fundamentalmente diferentes. Somente a segunda está de acordo com o Ide de Jesus (nosso texto base) onde Jesus ordena aos discípulos irem pelo mundo a fora e não trazer o mundo igreja a dentro.


Minha última e não menos importante preocupação com os ufanistas gospel é relacionada às suas orações. Tenho visto muitos líderes conhecidos na igreja evangélica brasileira levando seu ufanismos às raias da heresia. Alguns deles oram pedindo perdão pelos "pecados da nação" inclusive mesmo antes do descobrimento... dos índios. Tentam conseguir graça de Deus com isso, mas ofendem o evangelho de Cristo. A salvação é individual, tal como o perdão. O sacrifício de Cristo é pessoal e intransferível, ninguém pode receber a Cristo por outra pessoa. O Ufanismo Gospel é preocupante pois agride a o evangelho e abala muitos dos fundamentos e rudimentos da nossa fé.

Misericórdia de Deus a todos, em Cristo.

Artigo II - (Vento de) Doutrina da Restituição

[OU COMO SE ESQUECER DO NOVO NASCIMENTO]



Texto base: Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. 2 Co 5.17



Nos últimos tempos surgiu um vento de doutrina na Igreja de Cristo, a da "restituição". Sendo objetivo, esta doutrina (ela não está escrita, portanto minha afirmação baseia-se no q tenho ouvido, ou seja o senso-comum) defende q uma vez q uma pessoa se converte ela passa a ter autoridade sobre espíritos malignos (verdade!) o q a capacita a se engajar na batalha espiritual (verdade!) e dessa maneira conquistar devolta do inimigo todas as coisas q ele "roubou" do novo convertido. Uma música bastante conhecida sintetiza essa "doutrina": "Debaixo do meu pé" da Comunidade Evangélica da Zona Sul, certamente não é a única, existem CDs e, até, ministérios inteiros dedicados ao tema.

Para analisar essa doutrina didaticamente vou desmembrá-la em partes menores para melhor compreensão.

1 - Na relação de restituição, existem dois agentes, o restituído e o restituídor.

2 - No ato da restituição existe um (ou mais) objeto(s) a serem restituídos.

3 - Para haver relação de restituição é necessário q algo q foi perdido (objeto) seja reavido pelo sujeito a ser restituído.


O mais interessante deste vento de doutrina é q o crente busca ativamente a sua restituição através de orações, jejuns, "batalhas espirituais", etc. Com efeito, a maior parte dos "objetos" a serem restituídos são bens materiais ou algum tipo de provisão financeira, como empregos. Desta forma caracteriza-se o desejo do crente em voltar ao seu passado, ao tempo de Velho Homem para reaver aquelas coisas q o Diabo lhe teria "roubado". Ou seja, o crente q busca a tal restituição pisa na cruz e tenta anular a obra salvadora de Cristo.

A obra de Cristo é perfeita, ela não precisa de restituição do passado. Simplesmente pq, como está claro no versículo base deste artigo, TUDO SE FAZ NOVO! Cristo jamais resgatará o passado do pecador, ao contrário, o apagará com o seu sangue. Ao receber a Cristo o homem nasce de novo, vive uma nova vida.

Alguns poderão afirmar q a restituição caberia no caso dos roubos de Satanás praticado contra alguém já em sua vida cristã. A esse argumento responde-se com o texto de 1 Jo 5.18 : Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca.

Fica claro q nenhum demônio, principado ou potestade tem autoridade ou poder para tocar, roubar, matar ou destruir um legítimo Filho de Deus. Somente com autorização expressa de Deus e sempre pra envergonhar o Diabo (como no caso de Jó). Se algo nos ocorre por influência de Satanás, acontece sob nossa permissão através de uma vida indigna à cruz de Cristo, ou seja, cheia de pecado.

A conclusão é lógica. Não se pode restituir aquilo q não se foi roubado. Certamente o Diabo pedirá de volta o q ele deu a alguém q se converte, e é de total interesse de Cristo q tais coisas sejam deixadas para trás, pois jamais Jesus habitará na herança de Satanás. Tudo aquilo q somos e temos na nossa vida Nova Vida, é Novo! E é por isso q andamos em "Novidade de Vida". Desculpem a redundância.